Quantas Disney existem? Como conhecer todas as Disney?
Nunca foi um objetivo de vida conhecer todas os parques da Disney no mundo. Mas acabou acontecendo e eu só me dei conta de que iria completar todos, quando cheguei ao penúltimo, em Hong Kong.
Quem nunca ouviu falar da Disneylândia? Acho que quase toda criança já teve vontade de ir brincar com o Mickey e conhecer a “terra da magia”. Eu confesso que meu primeiro contato com a Disney enquanto parques foi aos 10 anos, quando um colega de escola chegou de lá e contou tudo que viu e viveu. Achei legal pelo deslumbre de criança, um coleguinha tinha ido a outro país (estamos falando de 1990, gente…), mas vida seguiu.
Anos depois, fui estudar o modelo Disney de serviço durante o curso de Turismo e aí comecei a prestar mais atenção no negócio em si, nas potencialidades, na junção de entretenimento, hospedagem, compras e serviços. Era um olhar profissional, uma curiosidade quase acadêmica. Planos pra ir mesmo, não tinha. Mas aconteceu.
Minha primeira viagem aos Estados Unidos envolveu uma ida a Orlando e consequentemente uma visita ao Walt Disney World Resort e seus 4 parques temáticos: Magic Kingdom, Hollywood Studios, Animal Kingdom e Epcot. Eu nem tinha a agência ainda e trabalhava com eventos, que é uma das áreas do turismo, e só incluí Orlando nos planos porque uma amiga, que faria parte da viagem comigo, falou que era imperdível. Então vamos lá conhecer o Mickey e ver se é isso tudo mesmo.
Era 2011, começamos a viagem aos EUA por Las Vegas, passamos em Nova York e ficamos 5 dias em Orlando pra fazer 7 parques (os 4 Disney mais 2 Universal e o Seaworld) e mais compras. Aceleramos: fizemos 2 parques por dia, combinando Animal Kingdom com Magic Kingdom, Epcot com Hollywood Studios, Universal com Island e uma manhã no Seaworld. Pensa num arrependimento? Pensou? Pois é. Era aquilo tudo e mais um pouco. O tempo foi pouco e o cansaço excessivo.
Em 2012 eu voltei a Orlando como deveria ser: 15 dias de viagem, um parque por dia e repetindo Magic Kingdom e Holywood Studios (que se tornou meu parque preferido em Orlando). Além disso incluímos o Busch Gardens e o falecido Wet’nWild. Acho que muito do meu desejo de trabalhar com a consultoria de viagens começou ali, pois fiz o planejamento todo sozinho, organização dos voos, hotéis, logística dos parques, aluguel de carro, tickets, seguros, tudo. E o bichinho Disney me picou.
O que eu fui saber só depois é que o complexo de Orlando, chamado Walt Disney World Resort, é o segundo da Disney. O original fica na Califórnia e lá sim é a Disneyland, ou Disneylandia pra gente. E além desses ainda tinha a Disneyland Paris e a Tokyo Disneyland, cada uma com dois parques cada e um parque em Hong Kong. Depois da minha primeira visita a eles ainda inaugurariam um novo complexo em Shanghai, lá em 2016. Eu ia imaginar visitar isso tudo? Jamais. Orlando já tava ótimo.
Mas, em 2013 um grupo de amigos queria viajar e mais uma vez eu fui planejar todo o roteiro e logística. Advinha pra onde? Estados Unidos de novo, mais precisamente Califórnia. Eu sugeri fazermos a Highway One de carro, de São Francisco a Las Vegas, pela beira mar. O pessoal topou. Tinha Los Angeles no meio do caminho. Opa… vamos aproveitar e ir à Disneyland! E assim foi. Dessa vez a experiência já tinha me ensinado que tem que ser pelo menos um dia pra cada parque: Disneyland em um, Disney California Adventure em outro. Deu pra aproveitar muito.
Até aí tudo certo, duas Disney no currículo. Já tinha ido a Orlando duas vezes, tava bom né? Não tava. Ainda voltei a Orlando em 2014, 2015 e 2017, agora já como consultor de viagens e com minha família. Mas os outros parques continuavam bem distantes. Japão e China principalmente. Só que o destino tem uma forma engraçada de lidar com a gente. E eu contei pra vocês nesse post aqui que eu fui viajar sozinho. E tudo aconteceu por causa de uma passagem mega barata que apareceu nos nossos sistemas. Lá ia eu pro Japão.
Meu roteiro no Japão incluía alguns dias em Tokyo, claro. E eu descobri que viajando sozinho sobrava tempo – porque afinal de contas, você decide sua programação e sua tomada de decisões e muito mais rápida. Vi que me sobraria um dia inteiro lá e dava pra encaixar a Tokyo Disneyland e foi o que eu fiz. Zero arrependimento. A modernidade do Japão com o charme e magia da Disney. Não tinha como dar errado.
Em 2017 ainda visitaria a Disneyland Paris, mas também não estava nos planos originais. Eu e minha mãe estabelecemos um saudável e delicioso expediente de viajarmos juntos, só eu e ela, de vez em quando. Uma dessas viagens aproveitou novamente uma tarifa imperdível que encontramos e nos jogou direto em Paris. 15 dias de viagem, acrescentei outros destinos e fui apresentar pra ela o roteiro que estava sugerindo. Só escutei assim: “Uai… mas tem Disney em Paris também e você não colocou.” Coloquei.
Mais uma vez fui parar numa Disney sem nenhuma intenção prévia. A Disney em Paris talvez seja a mais “diferente”de todas. Tem as atrações, tem o apelo e tem o formato. Mas é um outro clima em relação às outras, já que os franceses tendem a ser mais práticos quando se fala de encanto. De qualquer maneira foi uma ótima experiência.
Já em 2018, a vida me levou pra China. Um roteiro básico por Hong Kong, Shanghai e Pequim, com uma programação apertada e um dia livre em cada cidade. Já que os outros dias estavam tomados por atividades ligadas ao turismo (conhecer atrativos, hotéis, principais pontos), porquê não encaixar no roteiro as duas últimas Disney que faltavam? Foi assim que eu completei tudo.
Ao chegar no boulevard de entrada da Disneyland Hong Kong Resort, eu parei pra fazer uma foto e um amigo que estava comigo foi quem chamou a atenção: você vai completar todas as Disney antes de mim. E minha ficha caiu. Dentro de mais alguns dias eu completaria todos os parques que o Mickey tem por aí. E me deu a dimensão do que mesmo sem planejar tanto, eu havia conquistado.
A Disneyland Hong Kong também é diferente. Pelos chineses e sua cultura, por ser um parque pequeno, talvez o menor de todos. Mas a magia também estava lá, junto com a turma do Walt Disney, alguns super heróis, o pessoal de Star Wars e um bocado de adequação cultural.
4 dias depois estava em Shanghai pra conhecer o maior parque da Disney no mundo. Pra uma população super, um super parque. Talvez aqui você pense que visitar esse tanto de Disney seja mais do mesmo. Mas te garanto, não é. Sutis diferenças e nem tão sutis assim, marcam cada local. E cada um tem uma atração exclusiva. Se eu já tinha visto muito parque antes, Shanghai foi a escolha certa pra encerrar e comprovar que o melhor sempre fica pro final.
Além de impressionar pela grandeza das vias, do castelo, apresentações, paradas e das atrações, os chineses deram um show de simpatia e de magia. Praticamente todos os personagens pararam para falar conosco. A cordialidade de funcionários e cast members surpreendeu. Não sei se porque provavelmente éramos os únicos ocidentais no parque aquele dia, ou se é porque quando eles se dispõe a fazer bem feito, chegam bem pertinho da perfeição.
Mesmo tendo conhecido todos os parques da Disney ao redor do planeta, a vontade de voltar a qualquer um deles existe. Talvez seja o espetáculo bem orquestrado entre atrações, personagens, funcionários motivados e música. Ou ainda aquela nostalgia de infância que te pega mesmo aos 40. Só sei que a Disney (todas elas) é o lugar mais encantado do mundo.
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